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Por que Nós Somos Contra o Governo Israelense e Suas Guerras?
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Esta carta, com o título original de 'Why Are We Against the Israeli Government and Its Wars?', foi escrita ao New York Times no dia 11 de fevereiro de 2001 pelo Congresso Rabínico Central dos Estados Unidos e Canadá. O Congresso Rabínico Central dos Estados Unidos e Canadá, estabelecido em 1952, é uma organização internacional representando mais de 150 comunidades ortodoxas judaicas. Nas
eleições no estado de Israel tem se tornado lugar comum que os judeus
religiosos e seus partidos suportem um candidato que foi a favor de uma
redução ou de uma parada no processo de paz. A impressão que se criou
é que os Judeus ultra-ortodoxos, de acordo com a crença tradicional na
Torá, são os maiores apoiadores da manutenção da soberania de Israel
sobre ‘territórios’ e sobre o Templo do Monte em Jerusalém. De
fato, nada poderia estar mais longe da verdade. Dois
mil anos atrás, na época da destruição do Templo, o povo judeu foi
proibido pelo Criador (kesubos 111a) de exercer soberania sobre a Terra
Santa antes da era messiânica. Eles foram também proibidos de
empreender qualquer forma de guerra contra outras nações durante o exílio.
Ao contrário, o paradigma da existência judaica na diáspora é se
comportar de maneira civilizada, honesta e grata, em relação aos seus
anfitriões em todo o mundo. Por
mais de dois mil anos o povo judeu aceitou o seu exílio como um decreto
divino. Os judeus nunca tentaram se rebelar contra suas nações
hospedeiras ou outros povos. Não houveram planos ou esforços feitos
para tirar a Terra Santa de seus governantes ou habitantes em qualquer
ponto da longa história do exílio judaico. Os únicos meios empregados
pelos judeus para terminar seu exílio, através dos tempos, foram orações,
penitência e boas ações. Da
mesma forma, durante os dias do segundo Templo, o rabino Yochanan ben
Zakkai profanou os judeus fanáticos de seu tempo e iniciou conversações
para rendição com os romanos. Esta
uniformidade de crença e prática permaneceu intacta até por volta de
cem anos atrás, e o advento do Sionismo. O Sionismo, representando um
pequeno movimento, pretendia o metafisicamente impossível. Seu objetivo
declarado era reverter o decreto divino do exílio. O
Sionismo, por sua própria natureza, rejeita o conceito do exílio
imposto divinamente. Além disso, tem sido consistentemente indiferente
aos sofrimentos e perigos aos quais a sua personificação, o Estado de
Israel, tem causado a judeus e gentios. O
Sionismo representa uma quebra total e radical com as crenças e práticas
do povo judeu ao longo da história. Consistentemente,
desde o seu começo, nossos sábios e rabinos condenaram a heresia
sionista. Até esta data judeus fiéis à Torá permanecem leais ao
decreto celestial do exílio. A condenação ao Sionismo na literatura
rabínica ortodoxa é vasta e bem conhecida. É
lógico que durante os 52 anos de existência do Estado de Israel, seus
oponentes mais consistentes e apaixonados tenham sido judeus
tradicionais apegados à Torá. Portanto, o sofrimento em curso e o
rastro de mortes desencadeado sobre judeus e não-judeus pelo estado
israelense não são o trabalho de judeus devotados à Torá, que tem
sempre denunciado a existência deste estado. Portanto,
a heresia básica do Sionismo, sua negação da providência divina
sobre a história foi o inevitável crescimento de uma rejeição
indiscriminada a Deus e à Torá que tipificou os fundadores do
movimento. A história subseqüente de sua ideologia bizarra tem sido
registros sem fim de atos anti-Torá. Incluídos neste triste registro
estão autópsias indiscriminadas e sob coação, dessecração em massa
de cemitérios, recrutamento de mulheres no exército, e esforços
recentes para atrair seminaristas rabínicos para as forças armadas. Recentemente,
muita retórica militante tem sido ouvida daqueles que se descrevem como
‘sionistas religiosos’. Lamentavelmente as suas posições estão em
violação das crenças milenares dos sábios da Torá e das massas
judaicas. O
objetivo do Judaísmo da Torá é viver em devoção e habitar
pacificamente com todas as nações e povos. Aqueles que seguem a agenda
divina não estão ligados a quaisquer guerras que são falsamente
descritas como guerras judaicas mas são, na realidade, guerras
sionistas. Concluímos
com uma oração de que o próprio Criador enviará em breve Seu messias
para redimir a Terra, e toda a humanidade irá se unir na adoração a
Ele.
Nota: Uma versão on-line em inglês deste artigo pode ser encontrada no site 'Not In My Name' http://www.nimn.org
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