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O Que Está Errado Com as Sociedades Muçulmanas: Um Olhar Crítico Sobre Como Tratamos as Mulheres
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Se
há um tema entre outros que faz soar o alarme nas mentes dos muçulmanos
e não-muçulmanos, é a situação das mulheres no Islã. Quando a
imprensa ocidental, e mais recentemente, os ‘lobbies’ de feministas seculares
do Ocidente e suas irmãs no
Oriente atacam a posição das mulheres muçulmanas, muçulmanos
respondem com raiva e emoção. Usualmente pouco é dito ou feito para
abordar os problemas reais enfrentados pelas mulheres muçulmanas nos países
islâmicos. Os
problemas das sociedades muçulmanas no contexto atual são numerosos.
Geralmente uma elite corrupta governa estas sociedades. A maioria das
leis nestes países são baseadas numa mistura de modelos ocidentais com
algum elemento cultural. Elas excluem valores que muçulmanos nutrem. O
resultado é esta lei e os que são responsáveis pela manutenção das
leis não têm o respeito do povo. Pessoas fracas de todo tipo, portanto,
enfrentam opressão de um tipo ou outro nos países islâmicos. Estas
pessoas fracas incluem maiorias como as mulheres. Eis alguns problemas
que mulheres muçulmanas encaram.
O
Favorecimento dos Meninos Em Relação às Meninas
O
Islã veio e claramente eliminou este problema, condenando o infanticídio
feminino e até condenando a atitude de infelicidade no nascimento de uma
menina. Apesar disso, ainda hoje a preferência e favorecimento dos
meninos em relação às meninas continua. As meninas não são
simplesmente mal recebidas. Elas têm que ser lembradas disto regularmente,
através de atitudes e do tratamento preferencial de seus irmãos. Embora
os relatórios de aborto de fetos do sexo feminino, comum na China e Índia,
não sejam encontrados no mundo muçulmano, a atitude de preferência
ainda pode ser documentada.
O
Acesso às Mesquitas
Durante
uma visita a Karachi no Paquistão em 1992, chegou o momento de fazer a oração de Magrebe. Meu irmão, eu e meu primo estávamos
saindo do carro quando meu primo pediu-me para esperar porque ele tinha
que "perguntar" se me seria permitido entrar na mesquita.
Ele voltou depois dizendo que sentia muito, mas que eu teria que
orar no carro. Isto em uma cidade onde as mulheres podem ir livremente aos
shoppings, cinemas, parques de diversões. Mas à mesquita, pelo menos a
esta mesquita em particular, não. Este é um pequeno exemplo, mas é
significativo. Situações semelhantes acontecem no mundo muçulmano
diariamente, onde muitas mulheres pensam que ir à mesquita é apenas para
os homens.
Educação
Estatísticas
apontam para o baixo nível de alfabetização das mulheres nos países
islâmicos. Isto é uma vergonha para um povo que reivindica seguir o
Islã, uma religião que tornou obrigação religiosa para ambos sexos
procurar conhecimento. O
baixo nível de educação das mulheres e por sua vez sua ignorância
sobre o Islã é um perigo para as sociedades islâmicas e para sua
estabilidade. Que espécie de qualidade de vida uma mulher analfabeta terá?
E que espécie de crianças ela educará?
O
Âmago da Questão: Cultura
Estes
problemas claramente se
originam de atitudes culturais que receberam precedência sobre o Islã. A
cultura, a propósito, não é só a "tradicional", mas também
a nova, neo-imperialista Ocidental, que procura impor uma visão para
todas mulheres, com escassa atenção ao direito das mulheres muçulmanas,
por exemplo, de manter a própria visão de direitos e responsabilidades
dentro de uma estrutura islâmica.
Para
Onde Vamos Daqui: As Mulheres Têm que Tomar o Controle
As
mulheres muçulmanas, em sociedades islâmicas e no exterior, não podem
mais sentar-se passivamente enquanto seus direitos são usurpados, seja
por indivíduos "tradicionais" ignorantes, nem por organizações
como as Nações Unidas. Devem claramente se reeducar, não com base em
uma agenda feminista, secular, que é alheia à essência e âmago dos
ensinamentos islâmicos. Antes,
precisamos saber exatamente o que o Alcorão e a Sunnah dizem, e vivê-los.
Então compartilhá-los, e então estarmos realmente dispostas a lutar por
nossos direitos. A mudança tem que vir de dentro. Enquanto mulheres muçulmanas,
especialmente em países islâmicos, aceitarem passivamente as
agendas daqueles cujo interesse não é o Islã mas o anti-Islã, sejam
através de práticas culturais ou agendas seculares, os problemas piorarão.
Texto de Samana Siddiqi. Retirado do site Soundvision.
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