O Esquecimento na Oração
Assahou
Fi Assalat
Por
Sheik
Mabrouk El’Sawy Said
2004
d.C. – 1425 H
Em nome de Allah, O Clemente, O Misericordioso.
Louvado
seja Allah, que criou os céus e a terra, que criou as trevas e a luz.
Testemunho que não há divindade senão Allah. Testemunho que Muhammad (SAAS.)
é Profeta, Mensageiro de Allah. Que a paz e as bênçãos de Allah estejam,
para todo o sempre, com ele, com seus familiares, com seus companheiros e com
aqueles que preferiram segui-lo.
Palavras do autor:
No
convívio diário com os muçulmanos brasileiros, notei a preocupação deles
pela prática de uma oração perfeita. Afastados da Lei Islâmica
propriamente dita, estas pessoas lutam com ardor para manterem os Padrões Islâmicos
contidos no Al’Qurãn e consagram
com visitas cotidianas à mesquita a procura das respostas as suas perguntas
na demonstração viva do interesse pelo conhecimento mais profundo da Charia.
O
desconhecimento do Idioma Árabe dificulta o estudo, mas não diminui o amor
que os muçulmanos brasileiros sentem pelo Islam. Eles se deparam com inúmeros
problemas de ordem econômica, familiar, cultural e de distância entre seus
lares e a mesquita. Porém, acompanham e participam de todos os Atos Litúrgicos
Islâmicos.
Tudo
fazem, com muito sacrifício e sem o auxílio de ninguém. Não é fácil para
eles, principalmente, pelos costumes e as regras regentes em suas famílias, não
muçulmanas, irem de encontro com a Prática Religiosa Islâmica.
Inteirando-me de perto das suas dificuldades, ouvi suas lamentações, vi suas
lágrimas, e convicto estou de que este povo será em futuro próximo (claro
sendo ajudado), a maior Comunidade Islâmica das Américas.
Confesso
que às vezes sinto-me fraco, impotente diante de obstáculos nunca antes
experimentados. Como o caso do jovem, menor de 18 anos, que depois da Chahada
foi proibido pela família de freqüentar a mesquita nos dias de oração.
Na fidelidade de sua fé foi enclausurado, saindo de casa à escola. Nos
finais de semana, feriados e férias fica fechado em seu quarto, isolado do
mundo.
Um
outro jovem, chorando, contou-me que sofre por parte do seu pai severa opressão
e como punição por ser muçulmano é obrigado a fazer todo o trabalho doméstico
até não encontrar tempo suficiente para dedicar-se à religião, ficando
impraticável orar e estudar na mesquita.
Diante
desses tristes acontecimentos e impossibilitado de visitá-los, fiz algumas
anotações primárias sobre a Oração, guardando-as para entregá-las quando
fosse permitido freqüentarem a Casa de Allah.
Anotações estas que lhes garantissem realizar as orações em suas residências
sem quaisquer atropelos com seus parentes. Estes e outros exemplos
estimularam-me a escrever este pequeno compêndio, podendo através dele, ajudá-los
à distância. Por certo seus esquecimentos e suas dúvidas na oração serão
tiradas através de uma rápida leitura. Daí a sintetização do trabalho que
lhes servirá de apoio no momento que precisarem. Aos meus queridos amigos.
Aos bravos muçulmanos brasileiros, dedico essas lições sobre “O
Esquecimento na Oração”.
Mabrouk
El’Sawy Said
Faculdade
Al’Chariá / Universidade de Al’Azhar
Cairo
- Egito
O Que é a Oração:
A oração é a
mensagem fundamental na qual o muçulmano exprime do seu interior a fidelidade
a Allah Único. Revestido da palavra divina desenvolve as relações
entre ele e Allah, cuja interação
não se esgota; permanece por todo o tempo que orar.
A Oração é marca
religiosa muçulmana, enquanto outros segmentos religiosos estão longe da
intimidade perene, límpida e diária entre Allah
e o ser humano.
Como segundo pilar do
Islam, a Oração é de suma importância e a sua prática é a expressão máxima
do uso dos vocabulários preceituados no Al'Qurãn.
Neles encontraremos a Unicidade, a Eternidade, a Imensidade, a Sabedoria, o
Amor, a Bondade de Allah.
Quando o Profeta (SAAS.)
viajou aos sete céus,
três anos antes de emigrar à Al’Madina,
Allah lhe ordenou as cinco orações
diárias. Daquele momento em diante, o Profeta (SAAS.)
fez o culto ao
Senhor do Universo de acordo com a revelação e abrigando-se das superstições
dos incrédulos, realizou por toda a sua existência (63 anos), a honra a Allah,
porque seus decretos são imutáveis e a eles devemos obediência sincera.
Munindo-se da pureza
trazida na Oração, o muçulmano encontra necessidade em obedecer certas
normas das quais não pode abster-se. Isto é, se quer ter seus pecados
perdoados.
Portanto, a Oração
protege o crente contra todos os males, visto transmitir não apenas a reverência
a Allah, como ainda, a obtenção do
vigor para alcançar inúmeras virtudes. Exemplificando a coragem, a força
moral e a capacidade para produzir o bem à humanidade. Por isso, não há
momento mais esplendoroso senão o instante que agradecemos as benevolências
recebidas.
Para realizar a Oração,
o muçulmano deve rejeitar ambientes impróprios, polutos; devendo fazer a
Ablução, seguindo com firmeza o que foi preceituado no Al'Qurãn
e explicado nos Hadiz do Profeta
(SAAS.).
O cuidado com os
trajes deve ser outra preocupação que não pode ser relaxada. As roupas
devem estar limpas, porque são referências para uma boa prática religiosa.
Logo, o muçulmano não
deve desconhecer as regras que fazem parte da oração. O Soberano, no Dia do
Juízo Final, perguntará sobre a mesma.
Purificação:
Allah
revelou na Surata 2, versículo 222: “Que
Ele estima os que se arrependem e cuidam da purificação”. Na
Surata 9, versículo 108: “Que
Aprecia os puros”. Na Surata 74, versículo 4: “Purificais
as tuas vestimentas”.
A
purificação apaga os pecados, liberta das impurezas, limpa física e
espiritualmente o homem. A bem da verdade, outras pessoas têm dificuldade de
conviver com a ablução, pois só o Islam dá aos seus crentes a obrigação
de limpeza antes da prática religiosa.
Os fins concernentes
à purificação, refletem as preciosidades com as quais Allah
quer agraciar aqueles que se apresentam puros, simples e honestos.
O Profeta Muhammad (SAAS.)
disse que a Sunnano Al’Fetrat, são dez:
lavar
a boca gargarejando;
escovar
os dentes;
lavar
o nariz;
cortar
o bigode;
deixar
a barba crescer, não mais do que o tamanho de uma mão fechada;
depilar
os pelos das axilas;
cortar
as unhas das mãos e dos pés;
aparar
os pêlos pubianos;
fazer
a circuncisão;
banhar-se
sempre que urinar ou defecar.
Tais ensinamentos
foram transmitidos pelo Profeta Muhammad
(SAAS.)
aos seus
companheiros. O muçulmano deve segui-los, purificando seu corpo como fez o
mensageiro de Allah. Observe que na Sunnano
Al’Fetrat (que significa: “Normas do Islam”),
o muçulmano deve ter atenção para não deixar por mais de quarenta
dias: o corte do bigode, o
crescimento da barba, os pelos das axilas e os pubianos. Por mais de quarenta dias sem o
tratamento acima especificado, estas partes exalam cheiro desagradável,
porque os pêlos não permitem uma higiene perfeita.
Quanto às unhas das mãos
e dos pés, devem ser cortadas semanalmente, para evitar a concentração de
sujeiras e germes. É aconselhável à mulher muçulmana não usar esmalte nas
unhas. Na oração elas devem estar ao natural, bem como, o rosto sem
maquiagem.
Como o Muçulmano Deve Conservar a Ablução:
O muçulmano deve
ficar atento para conservar a Ablução. Uma regra fácil é não realizá-la
antes de eliminar a urina ou a matéria fecal, quando o organismo assim o
requer. Se a Ablução for efetuada antes da evacuação, o crente deve
repeti-la promovendo nova limpeza.
Sabemos que uma das
exigências principais da Religião Islâmica é a manutenção da saúde,
quer do muçulmano, quer da muçulmana. Bastando para adquiri-la e conservá-la
eliminar os hábitos nocivos.
O que fazemos da vida
depende em grande parte dos hábitos. E se todos os hábitos e costumes fossem
proveitosos, por certo nós não teríamos problemas. O fato é que muitos hábitos
são prejudiciais à saúde, podendo a pessoa a qualquer tempo trocar um hábito
mau por um bom. O muçulmano deve atentar aos costumes para determinar quais
os que precisam ser mudados e os que devem ser abolidos. Aquele que mantém
bons costumes, preserva por muito tempo a Ablução e não a perde entre os
intervalos das orações.
É regra geral que ao
utilizar o banheiro faça com bastante cuidado para proteger a roupa e a si
mesmo, dos germes presentes na urina e dejeções. É mau hábito descuidar
desta medida de segurança.
A tendência ocidental
é empregar o papel higiênico, substituindo a água numa higiene defeituosa.
Tal prática não pode ser seguida pelo muçulmano, que deve cultivar o hábito
e o regime correto no uso da água. Sem o precioso líquido, usam-se três
pedrinhas (naturais e lisas) porque elas têm a propriedade de limpar sem
ferir.
Um dos princípios básicos
para eliminar a perda da Ablução ou da Oração, é não deixar cair uma
gota de urina na roupa, nem no corpo. Se houver negligência ou descuido, o muçulmano
deve voltar ao banheiro, fazer a limpeza dos genitais e da roupa, para depois
fazer a ablução. Se não puder trocar a peça do vestuário, deve lavar o
local da urina por três vezes e
torcê-los, respectivamente.
É recomendável não
esquecer que antes e durante a oração não se pode expelir gases. Devendo em
ambos os casos fazer a Ablução. Se o muçulmano dormir (pesado, sem escutar
quem chama) e ao se levantar deseja orar, realiza a ablução.
Ablução (Wudu):
No versículo 6, da
Surata 5, Allah revelou aos muçulmanos
como fazer a purificação do corpo, que deve ser seguida na ordem exposta no
Livro Sagrado. Assim ensinou Allah:
“Ó crentes sempre que vos dispuserdes
a observar a oração, lavai o rosto,
as mãos e os antebraços até os
cotovelos; esfregai a cabeça com as
mãos molhadas e lavai os pés, até
os tornozelos. E, quando estiverdes polutos higienizai-vos; porém, se estiverdes
enfermos ou em viagem, ou se virdes
de lugar escuso ou houverdes tocado as mulheres, sem encontrardes água, recorrei
a terra limpa e esfregai com ela vossos rostos e mãos. Allah não deseja impor carga
alguma; porém, se
quer purificar-vos e agraciar-vos é para lhe agradeçais”.
Entendemos que as regras
acima são simples, acessíveis a todos os muçulmanos. Mas, para maior
entendimento, o Profeta de Allah (SAAS.)
explicou aos
companheiros como fazê-las, transmitindo etapa por etapa, da seguinte forma:
lavar
as mãos e os pulsos, pronunciando: “Bismillahi
Rahmani Rahim”;
lavar
a boca gargarejando por três vezes, jogando a água fora; utilizar a escova de
dentes sem pasta;
aspirar
água pelo nariz por três vezes, jogando-a fora (em cada uma das vezes);
lavar
o rosto completo (da fronte ao queixo e entre uma orelha e outra);
lavar
o antebraço até os cotovelos, começando pelo direito; por três vezes cada
um;
passar
as mãos molhadas na cabeça, apenas uma vez; fazer o mesmo ritual nas orelhas
também uma única vez;
lavar
os pés até os tornozelos, começando pelo pé direito, não descuidando de
limpar bem entre os dedos.
Vimos que o versículo
6, da Surata 5 (Al’Máida, “A Mesa
Servida”), explanou os Fardu da ablução.
O que está mais dentro deste versículo, dá-se o nome de Sunnah. Contaram os companheiros do Profeta (SAAS.)
que quando ele fazia a
Ablução, a realizava com os Fardu e a Sunnah juntos, não
abandonando uma parte sequer.
O muçulmano deve seguir
os passos do Profeta (SAAS.), pois se deixar de abluir uma das partes, perde a Ablução. Daí
mostrar interesse de promover uma perfeita Ablução não deixando de realizar a
Sunnah. O Profeta Muhammad (SAAS.)
desse modo falou: “Quem abandonar a Sunnah, não
vou defendê-lo no Dia do Juízo Final”.
No versículo
supracitado, os Pilares da Ablução são: “Lavar
o rosto, as mãos aos cotovelos, passar
as mãos molhadas na cabeça e lavar pés até os tornozelos (...)”. O
mais que sabemos é Sunnah.
Há
de se dizer também que alguns sábios defendem como primeiro pilar da Ablução
a intenção. Depois, seguem as
etapas previstas no versículo 6, da Surata 5 (já mencionado).
Mas, existem aqueles que apontam Al’Moallat, que significa não parar de fazer a Ablução, impedindo que a primeira parte abluída enxugue. Para esta corrente é de suma importância que ao concluir a Ablução, todas as partes estejam molhadas. Outros enfatizam: “O que está dentro do Al'Qurãn e das palavras do Profeta (SAAS.) são pilares da ablução”.
Al’Ghoslo (“Banho Completo”):
A purificação no
Islam, começa quando o crente vai fazer a Charrada. Dali em diante, deve
ser uma constante em sua vida. Para uma pessoa declarar sua fé em Allah, O Único, obrigatoriamente, terá de tomar banho completo.
Seguindo a Doutrina Islâmica,
este procedimento tira os rituais ou as impurezas dos incrédulos. Isso porque
os seres humanos estão constantemente participando de inúmeras ações, muitas
delas fora do Islam. Como ingerir bebidas alcoólicas, fumar, fazer sexo fora do
casamento. Portanto, longe das Virtudes Alcorânicas.
O banho completo deve
ser feito nas seguintes ocasiões:
ao
fazer a Charrada (assunto supra citado);
ao
término do período menstrual;
ao
término de quarenta dias após o parto;
após
relação sexual;
quando
o menor passa a ser adolescente.
Fardu Al‘Ghoslo:
O
Fardu do Al’Ghoslo
se entende como banho completo e mais lavar a boca e o nariz. E a Sunnah
é fazer a Ablução completa antes de tomar banho. É bom lembrar que
quando o Profeta (SAAS.) tomava banho, primeiro fazia a ablução completa.
No Al’Ghoslo é essencial que o homem que possui cabelos longos,
lave-os bem, deixando a água penetrar por todos os fios, lavando bem a cabeça.
A mulher basta lavar bem a cabeça. Se os cabelos são compridos não é
importante molhar o restante dos mesmos.
At’taiamum:
Se o muçulmano não
encontrar água para fazer a Ablução ou Al’Ghoslo,
ou se a tem apenas para beber, para comida ou destinada aos animais e quer
purificar-se, não pode usar o líquido reservado para estes fins, devendo
efetuar o At’Taiamum. Pelos
ensinamentos do Profeta (SAAS.)
o muçulmano em situação semelhante deve: ir a natureza, tocar as mãos em
cima de areia ou de pedra (limpa e seca)
pronunciando: Nauaitu At’Taiamum
para purificação e a oração. Em seguida sacudi-las e passá-las uma vez no
rosto. Depois, passar a mão esquerda sobre a direita e a mão direita sobre a
esquerda (uma vez cada).
Esquecimento da Ablução:
Se o muçulmano esqueceu
de fazer a Ablução e realizou a Oração impuro – lembrando-se depois que caiu no esquecimento – deve fazer a Ablução e
repetir a Oração.
Esquecimento dentro da Ablução:
Se o muçulmano fez a
Ablução e, quando terminou, lembrou-se que não abluiu uma das partes.
Procederá da seguinte forma:
se
a lembrança ocorreu antes de enxugar a última parte (os pés), volta e repete
a Ablução a partir da parte esquecida;
se
a lembrança ocorreu depois da última parte (enxugar os pés), volta a fazer a
Ablução completa.
A Oração (As’Salat):
O
Al'Qurãn diz na Surata 4 (An’Nissá,
“As Mulheres”), versículo 103: “Observai
a devida Oração, porque ela é uma obrigação prescrita aos crentes para ser
cumprida em seu devido tempo”. E, na Surata 20 (Taha),
versículo 132, salienta: “Recomenda
aos teus a oração, e sê constante tu, também, não te impomos ganhares o teu
sustento, pois nós te proveremos. A recompensa é dos devotos”.
Certa vez o Profeta Muhammad (SAAS.) declarou: “O Islam é baseado em cinco pilares. Primeiro: testemunhar que não há mais divindade senão Allah e que Muhammad é Profeta de Allah. Segundo: realizar a Oração. Terceiro: pagar o Zacat. Quarto: fazer o Jejum no mês do Ramadan e Quinto: Peregrinar a Macca (se houver condições para fazê-lo)”.
Foram prescritas cinco orações por dia nos seguintes horários:
Al’Fajr (da
madrugada até o momento do nascer do sol, possui duas Racá);
Al’Dhuhr (quando
o sol começa a declinar para oeste e a sombra de um objeto ficar do tamanho
natural ou duplicado, contendo quatro Racá);
Al’Asr (quando
a sombra de um objeto ficar do tamanho natural ou duplicado ao pôr-do-sol,
possuindo quatro Racá);
Al’Maghrib (começa
com o pôr-do-sol até a chegada da noite e possui três Racá);
Al’Icha (começa quando a noite nasce até pouco tempo antes da madrugada e tem quatro Racá).
Para realizar uma oração perfeita o muçulmano deve seguir normas as quais relacionamos:
Demonstrar Intenção.
Nela o crente traduz a sua vontade interior de adorar a Allah,
de glorificá-Lo naquele instante. Pronunciando as seguintes palavras: Nauaitu
Usali (nome da Oração) Lillah
Alazeeme;
Takbiratu Al’Errami.
O muçulmano fica em pé e pronuncia Allahu
Acbar. Uma regra simples, mas muitos muçulmanos esquecem, é a de que o
homem deve elevar as mãos até o lado das orelhas e a mulher deve elevar as mãos
á altura dos seios;
Esterkibelo
Al’Quibla: significa
que, ao orar, o muçulmano deve orientar-se a Macca;
Purificação
do corpo. Ablução ou banho completo;
Usar
Roupas Limpas;
Limpar
o local onde quer orar;
Satro El’Auhati
(cobrir o corpo): o homem, obrigatoriamente, cobre o corpo do umbigo até
abaixo dos joelhos; a mulher cobre todo o corpo, menos o rosto e as mãos, isso
porque o Auhato da mulher é o corpo completo, e o Auhato do homem é do umbigo aos joelhos.
Os Pilares da Oração:
O muçulmano tem a obrigação de saber os cinco Pilares da Oração, porque eles são partes efetivas para uma Oração sem defeito. O Profeta (SAAS.), ensinou aos companheiros como efetuar a Oração, os cinco pilares e recomendou a calma ao executá-los. Devemos ficar atentos para não cometer erros.
Os cinco Pilares da Oração são:
estando
em pé, o rosto e o peito do muçulmano devem estar orientados para a Sagrada
Mesquita de Macca;
na
recitação do Al'Qurãn, o muçulmano
pronuncia a Surata de Abertura (Al’Fátiha)
e outra Surata no primeiro e segundo Racá;
no terceiro e quarto Racá, é
recitada apenas a Surata de Abertura (Al’Fátiha);
na
Ar’Ruku, as mãos devem estar sobre
os joelhos;
na
prostração, o rosto (fronte e o nariz), as mãos, os joelhos e os pés ficam
sobre o chão (Sujud); nessa ocasião
se o muçulmano colocar o nariz no chão e não tocar a fronte, perdeu a prostração;
entretanto, se colocar apenas a testa (sem tocar o nariz no chão) não a
perdeu;
ao final da oração (na última Racá), senta-se para recitar o Tachahud, na posição chamada Juluç; entretanto, é bom atentar para o fato de não ser o Tachahud o pilar e sim a posição de Juluç, pois se, por acaso, o muçulmano não decorou ainda o Tachahud pode recitar a Surata Al’Fátiha; também é bom observar que não é Pilar da Oração quando o muçulmano senta-se para o segundo Racá das preces: Al’Duhr, Al’Asr, Al’Maghrib e Al’Icha.
Esquecimento na Oração:
Às vezes por alguma razão
alheia a nossa vontade, nos deparamos com o problema do Esquecimento na Oração. Na confusão mental da distração, o que
ficou perdido da lembrança se torna um vexame que precisa de tratamento rápido
e adequado para cada caso em particular. Mas, que devemos fazer quando isto
acontecer? Em seguida, são apresentadas regras que solucionarão a questão do
esquecimento.
se
o muçulmano esqueceu de recitar o Al'Quran
(Surata de Abertura ou outra Surata) e lembra-se quando faz o Ruku, deve voltar a ficar ereto, recitar o Al'Quran (só a Surata que esqueceu), fazer um novo Ruku
e terminar a oração; antes de dizer Assalamu
Aleicon, deve, então, fazer duas prostrações pelo esquecimento;
se
o muçulmano lembrou-se que deixou de recitar o Al'Quran quando prostrou-se (Sujud),
não volta, deve continuar a oração
concluindo-a; antes do Assalamu Aleicon,
levanta-se e faz um Racá completo,
depois mais duas prostrações pelo esquecimento e em seguida Assalamu Aleicon;
se
o muçulmano esqueceu de fazer o Ruku
e lembrou-se durante a oração, ao terminá-la (antes do Assalamu Aleicon) levanta-se e faz um Racá completo; posteriormente, duas prostrações pelo esquecimento
e em seguida Assalamu Aleicon;
se
o muçulmano esqueceu de efetuar a prostração ao final da oração, deve fazer
a prostração que faltou, mais duas prostrações pelo esquecimento e em
seguida Assalamu Aleicon;
se
o muçulmano esqueceu o último pilar (Juluç)
para fazer o Tachahud e levantou-se
para outro Racá, lembrando-se antes
de fazer a prostração de um novo Racá,
deve sentar-se e obrigatoriamente fazer o Tachahud
e mais duas prostrações pelo esquecimento, em seguida: pronunciar o Assalamu
Aleicon; todavia, se ele lembrou depois
de fazer a prostração de um novo Racá,
está na obrigação de concluir este Racá
e em seguida pronunciar o Assalamu
Aleicon, repetir depois a oração que perdeu.
Outros Esquecimentos não Pilares da Oração:
se
o muçulmano esqueceu e recitou o Al'Quran
em voz alta nas orações Al’Duhr
ou Al’Asr, ao concluí-las deve
fazer duas prostrações pelo esquecimento, e, em seguida, o Assalamu Aleicon;
se
o muçulmano esquecer e recitou o Al'Quran
em voz baixa durante as orações Al’Subh,
Al’Maghrib ou Al’Icha, ao final realizará duas prostrações pelo esquecimento,
e, em seguida, o Assalamu Aleicon;
se
o muçulmano esqueceu de sentar para o segundo Racá,
nas orações Al’Duhr, Al’Asr,
Al’Maghrib ou Al’Icha e
levanta-se para o terceiro Racá, deve
continuar a oração; ao final faz duas prostrações pelo esquecimento, em
seguida, o Assalamu Aleicon;
no
caso do muçulmano não sentar ao fim do segundo Racá
e levantar-se completamente para o terceiro, percebendo o erro voltou a
sentar, perdeu a oração devendo repeti-la; mas, se ele levantou e percebeu o
esquecimento (ficando pertinho de estar sentado), deve sentar e continuar a Oração
normalmente;
se
o muçulmano deixou de pronunciar, durante a oração, Subhana Rabial’alazeem ou Subhana
Rabial’a’ala, por três ou mais vezes consecutivas, ao final da Oração
faz duas prostrações pelo esquecimento, e, em seguida, o Assalamu Aleicon;
porém,
se esqueceu de fazer as duas prostrações pelo esquecimento, lembrando-se de
efetuá-las após o Assalamu Aleicon,
não precisa realizá-las; isso porque no Al'Quran
e na Sunnah, não há tratamento
para o caso, visto estas prostrações não se constituírem oração ou Racá;
se
o horário da oração for perdido por esquecimento, no momento que lembrar o muçulmano
deve fazer a oração, pronunciando, entretanto, ao final da intenção: Kâdaau.
Prostração de Esquecimento durante o Assalamu Aleicon:
Se o muçulmano realizar
as prostrações de esquecimento depois do Assalamu
Aleicon, deve fazê-las da seguinte forma: primeiro, faz o Assalamu
Aleicon, virando-se para a direita. Depois faz as prostrações de
esquecimento, recita o Tachahud e
conclui com o Assalamu Aleicon
virando-se para a esquerda.
Esquecimento do Imame:
Este é um ponto que
exige atenção no acompanhamento da oração, bem como, o conhecimento de todos
os atos oratórios.
Assim sendo, se o Imame
esqueceu alguma parte da Oração, aquele que está junto dele, deve lembrá-lo.
Se homem, fala em voz alta – Subhana’Allah.
Se for mulher - bater a palma da mão esquerda com as costas da mão direita,
ficando calada.
A Oração em congregação
exige que todos sigam o Imame.
Espera-se que o Imame inicie cada ato
para acompanhá-lo. O muçulmano não deve antecipar-se ao Imame, para não
perder a oração.
Se alguém, durante a
Oração, esquecer alguma prática religiosa, continua a seguir o Imame, porque ele segura a Oração, não precisando pagar pelo
esquecimento.
Dúvidas
na Oração:
Se você tem dúvidas de
ter realizado o segundo ou terceiro Racá,
deve continuar a Oração pelo menor número (isto é, pelo segundo Racá),
dando prosseguimento ao terceiro e quarto Racá.
Ao final do terceiro e quarto Racá,
senta-se para recitar o Tachahud, faz
duas prostrações pelo esquecimento e em seguida o Assalamu Aleicon. Este regra vale, igualmente, para as dúvidas
entre o terceiro e o quarto Racá.
As dúvidas durante a
Oração são próprias dos crentes. Até mesmo o Profeta Muhammad
(SAAS.), em certa ocasião, teve dúvidas de ter feito ou não a Oração
corretamente.
Conta-se que ele estava
rezando com os companheiros, Oração de quatro Racás,
quando deu por encerrada a Oração no término do segundo Racá, fazendo o Assalamu
Aleicon.
Zueliadai
(RA.)
que acompanhava a oração,
perguntou ao Profeta (SAAS.):
- Profeta, a Oração
foi cortada ou esqueceu?
O
Profeta (SAAS.)
respondeu:
Não
foi cortada, também não esqueci.
Zueliadai
(RA.)
prosseguiu:
Mas
uma coisa foi cortada. Houve ação diferente.
O Profeta Muhammad (SAAS.),
então, se dirigiu aos demais muçulmanos e perguntou:
Verdade
o que ele fala?
Sim,
Profeta de Allah (responderam).
O Profeta (SAAS.),
levantou-se e, em conjunto com os muçulmanos, continuou a Oração fazendo mais
dois Racás. Depois mais duas prostrações pelo esquecimento.
“Allah não
impõe a nenhuma alma uma carga superior as suas forças. Beneficiar-se-á com o
bem quem o tenha feito e sofrerá o mal quem o tenha cometido. Ó Senhor nosso,
não nos condenes se nos esquecermos ou nos equivocarmos! Ó Senhor nosso, não
nos imponhas a carga como a que impuseste a nossos antepassados! Ó Senhor
nosso, não nos abatas com o que não possamos suportar! Tolera-nos! Perdoa-nos!
Apieda-te de nós! Tu és nosso protetor! Concede-nos a vitória sobre os incrédulos”.
Surata 2 (Al’Bacara, “A Vaca”), versículo 286.
Bibliografia:
Al'Quran
em
Português - Tradução: Prof. Samir
El’Hayek - Marsam Editora Jornalística Ltda.
Nailo
Al’Autar - Achaucani - Cairo
Feqho
Islâmico
(vários
livros)
Este
texto foi uma colaboração do Grupo Jovem Islâmico do Recife que fica na
Fone: (81) 3423-1393 - E-Mail: emailcir@ig.com.br