Lutando pela Fé: o Que o Qur’an Realmente Diz Sobre a Guerra
É crença comum, entre os que são ignorantes do Qur’an, que o Islã glorifica e encoraja a guerra. As pessoas com esta opinião também atribuem o crescimento do Exalam ao uso da espada. Tais conceitos são infundados.
De
modo a saber a verdade, deve-se ler o que o Qur’an diz sobre o assunto:
‘…
Mas não comecem as hostilidades. Verdadeiramente Allah não ama os
agressores.’ (2: 190)
A guerra é permitida apenas em
auto-defesa, e somente se os muçulmanos são deixados sem outra opção.
Enquanto a disputa puder ser solucionada através de meios pacíficos, e
direitos e reivindicações puderem ser pacificamente aplicados e obtidos, é
requerido que os muçulmanos se abstenham de lutar.
O
Qur’an claramente enuncia as circunstâncias nas quais um estado islâmico
pode recorrer à guerra. São elas:
1. Quando existe uma grave
e repentina ameaça à religião:
‘…E se Allah não repelisse algumas pessoas através de outras, mosteiros, igrejas, sinagogas e mesquitas, nas quais o nome de Allah é relembrado, teriam sido destruídos.
E
verdadeiramente Allah ajudará aqueles que O ajudam. Verdadeiramente Allah é
Forte e Poderoso.’
(22: 40)
2. Quando os muçulmanos são
submetidos à opressão:
‘E por que razão não lutaríeis no caminho de Allah, e em defesa dos fracos entre os homens, mulheres e crianças, que dizem: Senhor Nosso, tire-nos desta cidade, cujo povo é opressor, e nos garanta um amigo e protetor de Tua parte.’ (4: 75)
3. Quando os muçulmanos são expulsos de suas terras:
‘A permissão (para a luta) é dada àqueles… que foram expulsos de suas casas sem causa justa, apenas por dizerem: Nosso Senhor é Allah…’ (22: 39,40)
4. Quando a guerra é imposta aos muçulmanos:
‘E
luteis no caminho de Allah contra aqueles que lutam contra vós, mas não
comeceis as hostilidades. Verdadeiramente Allah não ama os agressores.’
(2: 190)
‘Permissão (para lutar) é dada àqueles contra quem a guerra é feita, porque ele retalia da mesma forma com a qual foi afligido, e ele é oprimido, Allah certamente o ajudará…’ (22: 60)
5. Quando estados cometem rompimentos deliberados de tratados e pactos:
‘Aqueles com quem fizeste um acordo, então quebram frequentemente seu acordo, e não mantém seu dever. E se eles quebrarem suas promessas depois de terem feito acordos e insultarem sua religião, então lute contra os líderes da descrença – verdadeiramente suas promessas são vãs – de modo que eles possam desistir.’ (9: 12)
Os
muçulmanos são também instruídos no Qur’an, em palavras explícitas, que
todos os atos de guerra devem cessar imediatamente se seus inimigos pedirem a
paz; prometerem terminar como toda a perseguição e opressão; e sinceramente
se comprometerem a cumprir todas as promessas e alianças.
‘Mas
se eles desistirem, então Allah certamente é Perdoador, Misericordioso.’
(2: 192)
‘E
se eles se inclinarem à paz, te inclines tu também à ela, e confiem em Allah.
Verdadeiramente Ele é o Ouvinte, o Conhecedor.’
(8: 61)
O Qur’an restringiu a guerra à luta em auto-defesa. Todos os agressores, sejam muçulmanos ou não, são severamente condenados. Os muçulmanos devem evitar a guerra.
Entretanto, se não houver saída, eles devem lutar com todo o vigor e compelir o inimigo a ver sua salvação em uma existência pacífica e eqüitativa com os crentes.
A questão do impedimento também é discutida no Qur’an.
É dito aos muçulmanos que eles devem se manter bem preparados e disponibilizar todos os seus recursos, de modo que o inimigo possa, por conta de sua preparação, também assumir uma atitude pacífica.
‘E
preparem para eles toda a força que tiverem em cavalos, para intimidar o
inimigo de Allah, e seu inimigo, e outros além deles, que vós não conheceis
– Allah os conhece…’ (8:
60)
Não
é notável que no versículo acima os muçulmanos sejam ordenados a estar
prontos para a guerra, não para começá-la, mas para impedir o inimigo de
perturbar a paz?
Quanto à guerra para propagação
da fé, ela não é mencionada nem uma vez no Qur’an.
Este fato é um alerta para aqueles que dizem que o Islã requere que seus seguidores lutem para divulgar a palavra de Deus.
Texto original: 'Fighting for Faith: What the Qur'an
Really Says About Wars' de Imad-ud-Din Asad, recebido pela mala direta do Canadian Islamic Congress.