Os Países Islâmicos

 



 

Apesar de serem feitas referências sucessivas aos chamados “países islâmicos”, é possível afirmar que não existe hoje no mundo nenhum país que se adeque a esta classificação. Um país para ser considerado islâmico deve ter as seguintes características básicas:

 

 Um governo islâmico, o que significaria dizer um “califado islâmico” cujo califa ou governante fosse eleito levando em conta entre outros fatores, a sua religiosidade. A forma ideal de governo islâmico é aquela que se baseia na consulta mútua e na eleição do melhor, inclusive na prática religiosa. Grande parte dos governantes de países de maioria muçulmana hoje são ditadores ou monarcas hereditários, não sujeitos portanto à aprovação prévia para o exercício do governo.

 A aplicação, na totalidade, da Lei Islâmica. Atualmente a Lei Islâmica é aplicada parcialmente e frequentemente atendendo a interesses dos governantes destes países, sem observar todos os requisitos básicos para a sua aplicabilidade ou de forma totalmente distorcida, como no caso do Afeganistão, por exemplo.

 Inexistência de práticas e costumes contrários à religião islâmica. Existem países hoje que são considerados islâmicos mas seus habitantes não conseguem distinguir entre costumes ancestrais, muitas vezes contrários aos ensinamentos islâmicos, e a prática religiosa original. Os países onde se pratica em larga escala a “circuncisão feminina” são um exemplo clássico.

Contribuem para estes fatos a ausência quase total de educação formal e religiosa em muitos destes países, decorrente de fatores econômicos, políticos e sociais.

Sendo assim, pode se considerar apenas a existência de países cuja população é majoritariamente adepta da religião islâmica, mas que não representam o ideal de um país muçulmano. 

 

Texto de Maria C.  Moreira & Márcia Vianna Gaspar

 

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