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LIÇÃO 1: O HOMEM ESTÁ PERDIDO |
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Lição 1. O Homem está Perdido
Quando o escritor ouviu a terrível notícia do pai, ele ficou chocado como muitos outros e ponderou porque isso aconteceu. Então seus pensamentos gradualmente ajustam-se em sua mente e dizem à ele, “Eu não estava convencido de que ele tinha perdido seu filho, porque eu não tinha certeza de que ele o tinha realmente encontrado”. Como Muhammad na
América, nós encontramos muitas pessoas no Ocidente que estão se
juntando a crescente lista de muçulmanos destruídos ou pais ‘Asiáticos’
de seus filhos ‘perdidos’. O número está se multiplicando em uma
proporção alarmante, não porque os cuidados dos pais com os filhos
diminuiu mas por causa da perigosa metamorfose a que a comunidade muçulmana
está submetendo-se. Muitas vezes, os pais quando estão mais velhos
abrem seus corações para alguém em que confiam e expressam sua dor e
choque pela ‘traição’ de seus filhos e filhas crescidos. Casos em
que se traz ‘famílias ao descrédito’ pelos meninos e meninas
adolescentes espalham-se como fogo pela comunidade assustando os pais
mais jovens, alguns dos quais, temendo perder seus próprios
‘queridos’ no futuro, começam a redobrar a atenção nas crianças.
Isso funciona? Aonde isso leva? Por que os pais muçulmanos devem se
preocupar tanto com seus filhos? Por que a comunidade muçulmana se
sente tão vulnerável sobre as suas gerações futuras no Ocidente,
principalmente em uma época em que eles são as maiores minorias
religiosas em alguns países e o Islã é a religião que mais cresce? As
causas são muitas, algumas das quais estão mencionadas abaixo. Sociedade Ocidental: Natureza e Impacto A sociedade ocidental, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, submeteu-se a uma revolução sexual que deu à ela liberdade descontrolada no comportamento sexual. A campanha para ‘libertar’ mulheres da dominação masculina e dar poder a elas foi apropriada pelos proponentes do feminismo extremo. Isto deu início a um incomparável estilo de vida permissivo e promiscuidade sexual na sociedade. A maioria dos pais no Ocidente foram compelidos a acomodarem-se com a realidade da vida. O casamento, como uma instituição, está rapidamente perdendo seu significado. ‘Viver em pecado’ não é mais tratado como pecado. A clara hostilidade para com os valores divinamente ordenados e a promoção do relativismo moral e permissividade estão contribuindo. A proliferação da cultura consumista e da indústria do entretenimento está devorando o espírito de inocência das pessoas jovens. A exposição de anúncios eróticos em lugares públicos, a circulação em massa de tablóides pornográficos e os filmes ‘censurados’ na indústria da televisão estão convidando as pessoas à promiscuidade. Modelos, glorificação de sexo extra-conjugal e homossexualidade tornaram-se as ferramentas da modernidade. O efeito é a erosão da moralidade, desintegração da estrutura da família, pedofilia e outras doenças sociais. Inúmeras linhas de conversa e ajuda estão atraindo jovens para sexo “seguro” porém não-permitido e contribuindo para promover desintegração social. A sociedade mudou a tal ponto que os tipos de comportamento que assombram os pais muçulmanos e assolam a comunidade são tratados como excesso de proteção. Neste clima, a primeira geração de imigrantes muçulmanos sofreu enorme complexidade psicológica para se ajustar ao ambiente ‘estrangeiro’. Por outro lado,
os muçulmanos de gerações posteriores estão lutando arduamente para
dominar os dois mundos ‘opostos’ – a tradicional vida muçulmana
voltada para o interior e a altamente materializada, desenvolvida e
complexa vida ocidental. O sistema educacional secularizado e a pressão
social tolerante estão tendo enorme influência na juventude islâmica.
Agora é amplamente sabido que uma percentagem significativa de crianças
nascidas de pais muçulmanos no Ocidente estão caindo no desastroso
fosso da desorientação social, moral e sexual. Alguns deles estão até
se voltando para o ateísmo ou a idolatria. Há duas décadas atrás
teria sido espantoso acreditar nisso. Agora, a realidade está
assombrando os pais muçulmanos. As âncoras sociais e religiosas que
mantiveram a comunidade muçulmana em uma vantagem invejável estão
agora afrouxando. Isto tem suas indesejáveis porém naturais
conseqüências
nos desempenhos falhos dos muçulmanos em todos os setores da vida. Ao
mesmo tempo, o crime entre os jovens muçulmanos está causando preocupação
para muitos países ocidentais. O recente “dramático aumento do número
de muçulmanos em prisões britânicas” criou uma onda de choque
dentro da comunidade muçulmana e também no serviço carcerário. O Impacto do Colonialismo Fracassando em
sua tentativa de aniquilar o espírito do Islã durante a época
colonial, a Europa colonial deixou atrás uma nação atormentada, desde
a costa do Atlântico até o coração do Pacífico. A divisão arbitrária
de terras muçulmanas e o transplante de comunidades hostis entre as
populações muçulmanas criaram insuperáveis barreiras para a unidade
muçulmana. Por outro lado, as idéias coloniais, criadas para
realizarem seu trabalho nos países muçulmanos, provaram ser fatais
para a regeneração muçulmana na última metade do século. Enquanto
todo o mundo muçulmano, exceto alguns poucos países ditos
independentes, estava subordinado ao colonialismo europeu “a melhor nação”
(al-Qur’an 3:110) submeteu-se a uma enorme transformação. Hoje, no
Ocidente, a maioria dos muçulmanos, exceto aqueles dos focos de crise
dos Balcãs, são ‘imigrantes’ das terras ex-coloniais da Ásia e África.
O efeito da hegemonia colonial, não apenas na forma de dependência
material e desarmonia interna, mas servilidade intelectual e abatimento
psicológico, está devorando a ummah em todos os lugares. Por outro
lado, muitos muçulmanos estão deixando para trás o trauma da guerra,
violência, pobreza, intolerância tribal e sectária em suas próprias
terras. Muitos na comunidade estão desorientados e desarraigados de
seus passados ancorados. Falha ao Entender os Objetivos da Criação Desde que o primeiro homem e mulher pisaram no solo da terra com uma tarefa de Allah, seu trabalho, como emissários ou representantes de Allah, começou com um enorme desafio. Para que o homem fosse o melhor da criação Allah deu ao ser humano o Seu espírito para começar. O ser humano possui atributos divinos. Quanto mais um homem busca o bom trabalho, mais esclarecido (instruído) fica o seu coração. Do contrário, seu coração fica enferrujado e contaminado se ele está envolvido em coisas indignas na vida. Foi dado a ele o livre arbítrio, liberdade para escolher entre o certo e o errado. Duas naturezas inatas porém contrastantes foram postas dentro dele, a inspiração e capacidade para fazer o bem ou o mal. O homem está designado para administrar a Terra do modo que Allah prescreveu com o espírito que Ele concedeu. É uma grande responsabilidade, teste e prova. Manter a justiça e o equilíbrio na criação de Allah é uma tarefa monumental que leva à prestar contas no final. Mas Allah não deixou o homem desorientado ou sem cuidado. Enquanto o homem estabelecia-se na Terra e começava a multiplicar-se em raças, tribos e nações, a preocupação ‘mundial’ seguia iludindo-o e conduzindo suas paixões para algo indigno de seu status. Profetas foram enviados a eles, para todos os povos (al-Qur’an, 13:7), para lembrá-los de suas responsabilidades e alertá-los das conseqüências se eles abusassem da confiança de Allah. De acordo com
uma tradição do Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah
estejam com ele), ‘toda criança nasce no Islã’. Os seres humanos
em si tendem por natureza a se comportarem como muçulmanos. Mas a família,
pressão social e o ambiente o levam para longe do Islã. Como declarado
no Qur’an, Satã está de emboscada em cada recanto e esquina da
jornada do homem na Terra. (al-Qur’an 7:17). Ele está lá para se
vingar do homem pela sua queda. Como resultado, muitos filhos de Adão
sucumbem aos caprichos e desejos inspirados por Satã. Muitos milhões
de muçulmanos hoje vivem no Ocidente no meio de uma cultura muitas
vezes alheia aos valores islâmicos. Por séculos a visão do mundo das
duas civilizações, Islâmica e ocidental, teve dificuldades em ajustar
uma à outra. Com o declínio da influência religiosa no Ocidente e a
estagnação intelectual no mundo islâmico, a lacuna se ampliou. Muitos
muçulmanos vindos de posições desvantajosas e estabelecendo-se em
ricas cidades ocidentais, descobrem-se como ‘peixes fora d’água’.
Muçulmanos revertidos têm suas desvantagens específicas e acham suas
vidas não menos difíceis em suas próprias terras.
Mas
gradativamente os muçulmanos perderam seu espírito, e seu apego ao
Islã enfraqueceu-se. A luxúria da vida mundana ultrapassou-os. (al-Qur’an
3:14). Eles abandonaram as práticas que os faziam superiores e adotaram
os hábitos daqueles que foram destruídos no passado. Quando pouco de
bom restou com os muçulmanos, a lei divina de Allah na Terra fez-se
cumprir a sério. A Ummah sofreu terríveis humilhações por todos os
lados. A casa do Islã foi destruída e eles foram dominados pelo poder
econômico e militar europeu superior. Os contínuos ataques políticos,
militares e intelectuais ao mundo muçulmano pelos poderes Europeus
foram esmagadores por todos os últimos séculos. A Ummah inteira foi
posta de joelhos ao final do século 19. A situação está gradativamente se tornando crítica. Com o racismo e a islamofobia predominando em muitos países ocidentais, jovens muçulmanos têm pouca confiança e sofrem de crise de identidade. Eu tenho encontrado muitos estudantes de origem muçulmana nos campus que ficam nervosos quando são saudados com a saudação islâmica básica, assalamu alaikum. Alguns sentem-se até envergonhados de se identificarem como muçulmanos. É verdade que
os muçulmanos no Ocidente são uma minoria significativa. Alguns grupos
muçulmanos estão se esforçando para disseminar a mensagem do Islã
para os muçulmanos não-adeptos e não-muçulmanos. Muitos das gerações
mais jovens estão redescobrindo suas raízes no Islã e tentando
afirmar suas identidades como muçulmanos. Mas, qual é a sua
percentagem? E com a tendência social e religiosa descendente quantas
gerações levariam para os muçulmanos serem assimilados no caldeirão
da civilização ocidental?
Amor e Afeto Cegos às Crianças Crianças são
responsabilidades dadas por Allah. Com a alegria de ser pais vêm provações,
tentações e testes. Amor excessivo e cego pelas crianças levam à
deslealdade, injustiça e tirania. Também traz a ruína para as próprias
crianças. Falhar na responsabilidade de ser pais é a pior traição
aos olhos de Allah. (al-Qur’an 8:28, 63:9). Com o grau de indiferença, ignorância e passividade mostrada pela comunidade muçulmana, em geral, seria surpreendente se o destino dos jovens muçulmanos fosse diferente. Em um ambiente de esmagadora dominação social e cultural indulgente, como eles poderiam ser diferentes daqueles nascidos de pais não-muçulmanos? Como a sociedade ocidental é preparada para lidar com suas doenças sociais, eles criaram redes de segurança para suas “crianças-problema”. Mas, onde está a rede de segurança para a juventude muçulmana? Ignorância sobre aspectos mais gerais do Islã, sua própria história e a sociedade na qual estão vivendo são generalizados. A doença do Nacionalismo, Tribalismo, Sectarismo, etc. O Tribalismo às vezes comparado àquele tribalismo árabe pré-islâmico é comum em muitas partes do mundo muçulmano. Sectarismo, Madhabismo, divisão política, etc., estão minando a Ummah. A semente do nacionalismo criada na era colonial estabeleceu-se e agora floresceu na maioria dos lugares. A imagem da mídia olha para o mundo hoje, na conjuntura histórica entre os dois milênios, e vê o sofrimento, trauma, limpeza étnica, genocídio e ataque físico e intelectual imposto sobre os seres humanos. Onde os muçulmanos ficam? Sem dúvida qualquer pessoa conscienciosa admitiria que os muçulmanos constituem hoje a maioria das pessoas desapossadas e brutalizadas na Terra. No entanto, eles são retratados como fanáticos, radicais, terroristas, criminosos, bárbaros e quantas coisas mais, pela mídia poderosa e outras instituições do Ocidente. Os oprimidos são retratados como opressores para que mais opressões “legítimas” possam ser feitas a eles.
A humanidade está
perdida. O mundo está movendo-se para a ruína espiritual, moral e até
física. Nestes dias de Jahiliyah somente um novo vigor islâmico pode
salvar o mundo. Uma nova geração de muçulmanos dignos de se tornarem
‘a melhor nação’ pode ser o farol da esperança, não apenas para
a Ummah muçulmana, mas também para toda a humanidade. (al-Qur’an
103:1-4, 3:110).
1. O que significa crianças ‘perdidas’? 2. Faça uma lista de doenças sociais na sociedade ocidental. Como a juventude islâmica é afetada pela sociedade ocidental? 3. Qual é o impacto do colonialismo no mundo muçulmano? 4. Em que sentido o ser humano é o melhor da criação de Allah? O que o (a) leva para longe do Islã? 5. Que fatos aumentaram o abismo entre o mundo islâmico e a civilização ocidental? 6. Por que a Ummah foi posta de joelhos no final do século 19? 7. Por que jovens muçulmanos sofrem de crise de identidade? Dê dois exemplos para descrever isso. 8. Quais são as consequências do amor excessivo e cego às crianças? 9. A que a indiferença, ignorância e passividade demonstradas pela comunidade muçulmana a respeito dos problemas da juventude muçulmana levou? 10. Que fatores estão enfraquecendo a Ummah?
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