Alcorão
Sagrado do tempo do califa Uthman, mantido no Museu Topkapi em Istambul
Existem
centenas de religiões que florescem em todo o mundo: Cristianismo, Islã,
Budismo, Sikhismo, Hinduísmo, Judaísmo, Bahaísmo, Babismo, Zoroastrianismo,
Mormonismo, Testemunhas de Jeová, Jainismo, Confucionismo, etc.. Cada uma
reivindica que sua Escritura está preservada do dia que foi revelada (escrita)
até os nossos tempos.
Uma crença religiosa é tão autêntica quanto a autenticidade da Escritura que
segue. E para que qualquer Escritura seja classificada como autenticamente
preservada, deve seguir alguns critérios concretos e racionais.
Imagine este cenário:
Um professor dá uma aula de três horas a seus estudantes. Imagine ainda que
nenhum dos estudantes memorizou ou escreveu esta aula do professor. Quarenta
anos depois, se estes mesmos estudantes decidirem reproduzir palavra por palavra
a aula do professor, eles seriam capazes de fazê-lo? Obviamente não. Porque,
historicamente, as duas únicas modalidades de preservação são a escrita e a
memorização.
Consequentemente, todos os que reivindicam proclamar que sua Escritura está
preservada integralmente, têm que fornecer a evidência concreta de que a
Escritura foi escrita E memorizada em sua totalidade a partir do momento em que
foi revelada até os nossos tempos, em uma corrente contínua e completa.
Se a parte da memorização não existe paralela à parte escrita, para agir
como uma verificação e equilíbrio, há uma possibilidade genuína de que a
Escritura escrita perca sua pureza com as interpolações involuntárias e
intencionais devidos aos erros dos escribas, corrupção pelos inimigos,
páginas que começam a se decompor, etc.,
e estes erros seriam incorporados simultaneamente nos textos subsequentes,
perdendo finalmente sua pureza através dos tempos.
Agora, de todas as religiões mencionadas acima, alguma delas possui suas
Escrituras em sua totalidade escrita
E memorizada do dia de sua revelação até o nosso tempo? Nenhuma delas se adequa a estes critérios, exceto uma: esta Escritura original é o Qur'an –
revelação feita ao profeta Muhammad (saws) há 1.418 anos atrás, como uma
orientação para toda a humanidade.
Vamos
analisar a reivindicação da preservação do Quran...
-
Memorização: 'Nos tempos antigos, quando a escrita era raramente usada, a memória
e a transmissão oral foi exercida e fortalecida a um grau agora quase
desconhecido' relata Michael Zwettler (1):
Profeta Muhammad (saws): O Primeiro Memorizador
Foi
nesta sociedade 'oral' que o profeta Muhammad nasceu em Meca, no ano 570 CE Na
idade de 40 anos, ele começou a receber Revelações divinas do Deus Único,
Allah, através do Arcanjo Gabriel. Este processo de revelações divinas
continuou por aproximadamente 22,5 anos até imediatamente antes de sua morte. O
profeta Muhammad memorizou miraculosamente cada revelação e costumava proclamá-las
a seus companheiros.
O anjo Gabriel costumava refrescar a memória corânica do profeta a cada ano.
'O profeta era a pessoa mais generosa, e costumava tornar-se mais (generoso)
particularmente no mês de Ramadã porque Gabriel costumava se encontrar com ele
cada noite deste mês até o seu término’.
O Mensageiro de Allah costumava recitar o Qur'an para ele. Quando Gabriel o
encontrava, costumava tornar-se mais generoso do que o vento rápido em fazer o
bem '. (2)
'Gabriel costumava repetir a recitação do Qur'an com o profeta uma vez por ano, mas o repetiu duas vezes no ano em que ele (profeta) morreu '. (3)
O próprio profeta costumava permanecer acordado uma parte maior da noite nas orações e costumava recitar o Quran de memória.
Companheiros do
Profeta: A Primeira Geração de Memorizadores:
O
profeta Muhammad (saws) incentivou seus companheiros a aprender e ensinar o
Quran:
'O melhor entre vocês (muçulmanos) são aqueles que aprendem e ensinam o
Qur'an '. (4)
'Alguns dos companheiros que memorizaram o Quran foram: 'Abu Bakr, Umar, Uthman, Ali, Ibn Masud, Abu Huraira, Abdullah bin Abbas, Abdullah bin Amr bin al-As, Aisha, Hafsa, and Umm Salama'. (5)
'Abu Bakr, o primeiro homem a converter-se ao Islã costumava recitar o Quran publicamente na frente de sua casa em Makka '. (6)
O Profeta ouvia também a recitação do Qur'an pelos companheiros:
' O Apóstolo
de Allah me disse (Abdullah bin Mas'ud): " Recite (do Quran) para mim
".
Eu disse: " Devo recitá-lo embora tenha sido revelado a você?! " Ele
disse: " Eu gosto de ouvir (o Quran) de outros ". Assim eu recitei
‘Sura-an-Nisa ' até que eu alcancei: " Como (será) então quando Nós
trouxermos de cada nação uma testemunha e trouxermos você (O Muhammad) como
uma testemunha contra estes povos? " ' (4: 41) 'Então ele disse: " Páre!
" E seus olhos estavam cheios de lágrimas '. (7)
Muitos memorizadores corânicos (Qurra) estavam presentes durante a vida do profeta e mais tarde se espalharam pelo mundo muçulmano de então. ' Na batalha de Yamama, muitos memorizadores do Quran foram martirizados. '
Narrou
Zaid bin Thabit al Ansari, que era um dos que costumavam registrar as revelações
divinas:
’Abu Bakr enviou-me após após as (grandes) perdas entre os guerreiros (da
batalha) de Yamama (onde um grande número de Qurra foi morto). Umar estava
presente com Abu Bakr que disse: " Umar veio a mim e disse, o povo sofreu
perdas graves no dia da batalha de Yamama, e eu estou receoso de que haverá
algumas vítimas entre os Qurra (aqueles que memorizaram o Quran inteiro) em
outro lugar... " ' (8) '
Ao longo dos séculos da Era Islâmica, surgiram em todas as várias regiões do mundo islâmico literalmente milhares de escolas devotadas especialmente ao ensino do Quran às crianças com a finalidade de memorização. Estas são chamados, em árabe, katatib (singular: Kuttab).
Diz-se
que o Califa ' Umar (634-44) requisitou primeiramente a construção destas
escolas no período da grande expansão '. (9)
Segunda
Geração de Memorizadores:
"...
As escolas corânicas foram estabelecidas em toda parte. Como um exemplo
ilustrativo posso me referir a um grande estudioso muçulmano, da segunda geração,
Ibn ' Amir, que foi o juiz de Damasco sob o Califa Umar Ibn ' Abd al-Aziz-Aziz.
Relata-se que em sua escola para ensinar o Quran haviam 400 discípulos a
ensinar em sua ausência ". (10)
Memorizadores das Gerações Subseqüentes:
O número de Katatib e de escolas similares apenas no Cairo (Egito), em uma determinada época, excedeu o número de duas mil. (11)
Atualmente
tanto nos países muçulmanos quanto nos não-muçulmanos existem milhares de
escolas, cada qual instruindo dezenas de centenas de estudantes a arte de
memorizar todo o Quran.
Na cidade de Chicago, existem mais de 40 mesquitas, muitas delas mantendo
classes para as crianças, instruindo-as na arte de memorização corânica.
Pontos Adicionais para Consideração:
Os muçulmanos recitam o Quran de memória em todas as suas cinco orações diárias.
Uma vez ao ano, durante o mês de jejum (Ramadã), os muçulmanos ouvem a recitação completa do Quran por um Hafiz (memorizador de todo o Quran)
É
uma tradição entre os muçulmanos que antes de todo o discurso ou
apresentação, casamentos, sermões, o Quran seja recitado.
Conclusão:
O
Quran é o único livro, religioso ou secular, na face deste planeta que tem
sido memorizado completamente por milhões. Estes memorizadores variam das
idades de 6 para cima, tem o árabe como língua nativa ou não, são negros,
brancos, Orientais, pobres e ricos.
Assim, o processo de memorização foi contínuo, do tempo do profeta Muhammad
até os nossos dias, em uma corrente completa. " O método de transmitir o
Quran de uma geração à outra, com os jovens memorizando a recitação oral
dos mais idosos, aliviou de alguma forma desde o começo os piores perigos de se
apoiar exclusivamente nos registros escritos... " relata John Burton (12)
"
Este fenômeno da recitação corânica significa que o texto atravessou os séculos
em uma seqüência viva completa de devoção. Ele não pode, conseqüentemente,
ser considerado uma peça de antiquário, nem um documento histórico de um
passado distante. O hifz (memorização corânica) fez o Qur'an uma possessão
atual através de todo o lapso de tempo muçulmano e deu a ele uma corrente
humana em cada geração que nunca permitiu sua relegação à apenas uma
autoridade rudimentar como referência " reflete Kenneth Cragg (13)
Texto Escrito do Quran
O Profeta Muhammad foi muito vigilante em preservar o Quran na forma escrita
desde começo até a última revelação. O profeta era iletrado, não sabia ler
e escrever, conseqüentemente convidou seus escribas numerosos para registrar a
revelação para ele. O Quran completo, portanto, existiu na forma escrita
durante a vida do profeta.
Sempre que uma nova revelação era recebida, o profeta chamava imediatamente um
de seus escribas para registrá-la. 'Algumas pessoas visitaram Zaid Ibn Thabit
(um dos escribas do profeta) e pediram que dissesse-lhes algumas estórias sobre
o Mensageiro de Allah. Ele respondeu: " Eu era seu vizinho (do profeta), e
quando a inspiração descia sobre ele, ele chamava por mim e eu ia até ele e a
registrava para ele... " (14)
Narrado por al-Bara: Foi revelado: ‘Não são iguais aqueles crentes que se sentam (em casa) e aqueles que se esforçam e lutam na causa de Allah ' (4: 95).
O
profeta disse:
'Chame Zaid para mim e deixe-o trazer a tábua, a tinta e os ossos de omoplata.'
A seguir (o profeta) disse: 'Escreva: Não são iguais aqueles crentes... ' (15)
Zaid contou: ' Nós costumávamos compilar o Qur'an de pequenos fragmentos na presença do Apóstolo (16)
'O profeta, quando em Medina, teve aproximadamente 48 escribas que costumavam escrever para ele '. (17)
Abdullah Ibn ' Umar relata:...'O Mensageiro de Allah disse: " Não leve o Qur'an em uma viagem com você, porque eu temo que caia nas mãos do inimigo " ' (18)
Durante
a última peregrinação do profeta, ele deu um sermão em que disse:
'Eu deixei com vocês algo ao qual se vocês se apegarem nunca cairão no erro -
uma indicação clara, o Livro de Deus (Quran) e a prática de seu profeta... '
(19)
'Além dos manuscritos oficiais do Quran mantidos com o profeta, muitos de seus companheiros possuíam suas próprias cópias escritas da revelação'. (20)
Uma lista dos companheiros, de quem é relatado que tinham suas próprias coleções escritas, incluía os seguintes: Ibn Mas'ud, Ubay bin Ka'b, Ali, Ibn Abbas, Abu Musa, Hafsa, Anas bin Malik, Umar, Zaid bin Thabit, Ibn Al-Zubair, Abdullah ibn Amr, Aisha, Salim, Umm Salama, Ubaid bin Umar'. (21)
'Os mais conhecidos entre estes (escribas do profeta) são: Ibn Masud, Ubay bin Kab e Zaid bin Thabit'. (22)
'Aisha
e Hafsa, as esposas do profeta, tinham seus próprios registros escritos após a
sua morte'. (23)
Conclusão:
O
Quran inteiro foi escrito na presença do profeta por diversos de seus escribas,
e os companheiros possuíam suas próprias cópias do Quran durante a vida do
profeta. Porém, o material escrito do Quran com o profeta não estava em forma
de livro, porque o período da revelação do Qur'an continuou até apenas
alguns dias antes de sua morte. A tarefa de coletar o Qur'an como um livro foi
empreendida, conseqüentemente, por Abu Bakr, primeiro sucessor do profeta.
Quran Escrito na Primeira Geração:
Na batalha de Yamama (CE 633), seis meses após a morte do profeta, um número
de muçulmanos que tinham memorizado o Quran foram mortos. Portanto, temeu-se
que a menos que uma cópia oficial escrita do Quran fôsse preparada, uma boa
parte da revelação poderia se perder.
Narrou Zaid bin Thabit al-Ansari, um dos escribas da revelação:
’Abu Bakr me chamou após as vítimas entre os guerreiros (da batalha) de
Yamama (onde um grande número de Qurra (os memorizadores do Quran), foram
mortos). Umar estava presente com Abu Bakr, que disse: “ Umar veio e me disse,
o povo sofreu graves perdas no dia da batalha de Yamama, e eu estou receoso de
que haverá algumas vítimas entre os Qurra em outros lugares, de modo que uma
boa parte do Quran pode se perder, a menos que você o colete (em um manuscrito,
ou em livro)...”
Assim
Abu Bakr me disse (Zaid bin Thabit):
”Você é um homem jovem e sábio e nós não suspeitamos de você (de dizer
mentiras ou de esquecimento) e você costumava registrar a inspiração divina
para o Apóstolo de Allah. Procure, portanto, pelo Qur'an e colete-o (em um
manuscrito)”...
Assim
eu comecei a localizar o material corânico e coletá-lo dos fragmentos, ossos,
folhas de palmeiras e das memórias dos homens (quem o sabiam de cor)... "
(24)
Um comitê foi formado, para assumir a tarefa de coletar o material corânico escrito em forma de livro. O comitê era chefiado por Zaid bin Thabit, o escriba original do profeta, que era também um memorizador do Quran'... Zaid bin Thabit tinha o Quran inteiro em sua memória... ' (25)
Os compiladores neste comitê, ao examinar o material escrito submetido a eles, insistiram em critérios muito estritos como proteção contra erros.
1. O material devia originalmente ter sido escrito na presença do profeta; nada escrito posteriormente, com base apenas na memória, devia ser aceito. (26)
2. O
material devia ser confirmado por duas testemunhas, quer dizer, por duas pessoas
confiáveis que testemunhassem que elas mesmas tinham ouvido o profeta recitar a
passagem em questão. (27)
'O manuscrito em que o Qur'an foi coletado, permaneceu com Abu Bakr até que Allah o levou para Ele, e então com Umar (o segundo sucessor), até que Allah o levou para Ele, e finalmente permaneceu com Hafsa, filha de Umar (e esposa do profeta) '. (28)
Esta cópia
do Quran, preparada pelo comitê de competentes companheiros do profeta (que
incluía memorizadores do Quran),
foi aprovada unanimemente pelo mundo muçulmano inteiro. Se o comitê tivesse
cometido um erro de um único alfabeto em transcrever o Quran, os Qurra
(memorizadores do Quran), que totalizavam dezenas de centenas, o teriam
corrigido.
Este é o ponto onde a verificação e o sistema balanceado de preservação do
Quran entra em cena, mas que falta a qualquer outra Escritura além do Quran.
Cópia Oficial Escrita por Uthman
O
Quran foi revelado originalmente no dialeto árabe Quraishi. Mas para facilitar
os povos que falavam outros dialetos, em seu entendimento e compreensão, Allah
revelou o Quran finalmente em sete dialetos árabes.
Durante o período do Califa Uthman (terceiro sucessor do profeta) as diferenças
na leitura do Quran entre as vários tribos tornou-se óbvia, devido às várias
recitações dialéticas *. A disputa estava aumentando, com cada tribo alegando
que sua recitação era a correta.
(*
Estas diferenças se referiam à pronúncia de determinadas palavras, mas não
incluíam alterações de palavras ou mesmo de alguns alfabetos – Nota da
tradutora).
Isto
alarmou Uthman, que fez uma cópia oficial no dialeto de Quraishi, o dialeto em
que o Quran foi revelado ao profeta, e memorizado por seus companheiros. Assim,
esta compilação pelo Comitê de Uthman não é uma versão diferente do Quran
(como as versões bíblicas), mas a mesma revelação original dada ao profeta
pelo Deus Único, Allah.
Narrou Anas bin Malik:
’Hudhaifa bin Al-Yaman veio a Uthman no tempo em que os povos do Sham (Síria)
e os povos do Iraque empreendiam guerra para conquistar a Armênia e o Azerbaijão.
Hudhaifa estava receoso de suas diferenças na recitação do Quran, assim ele
disse a Uthman, 'Ó chefe dos Crentes! Salve esta nação antes de diferirem
sobre o Livro (Quran) como os judeus e os cristãos fizeram antes '.
Assim
Uthman enviou uma mensagem a Hafsa dizendo, ‘Envie-nos os manuscritos do Quran
de modo que possamos compilar os materiais corânicos em cópias perfeitas e lhe
retornar os manuscritos '. Hafsa enviou-os a Uthman. ' Uthman requisitou então
Zaid bin Thabit, 'Abdullah bin Az-Zubair, Said bin Al-As e Abdur Rahman bin
Harith bin Hisham, ' reescrever os manuscritos em cópias perfeitas.
Uthman disse aos três homens de Quraishi, ' Caso você discordem com Zaid bin
Thabit em algum ponto no Quran, escreva-o em sua língua (de Quraishi) '.
Assim o fizeram, e quando tinham escrito muitas cópias, Uthman enviou a cada
província muçulmana uma cópia que tinham feito e ordenou que todos os
materiais corânicos restantes, seja em fragmentos de manuscritos ou cópias
inteiras, fossem queimados..." (29)
De novo critérios muito estritos foram estabelecidos por este Comitê, para
impedir qualquer alteração na Revelação.
O recenseamento inicial (a cópia original preparada por Abu Bakr) devia servir como base principal para as novas. (30)
Toda dúvida que pudesse ser levantada a respeito do fraseamento de uma passagem particular no texto escrito, devia ser dissipada chamando as pessoas conhecidas por terem aprendido a passagem em questão diretamente do profeta. (31)
O próprio Uthman devia supervisionar o trabalho do Conselho. (32) Quando o recenseamento final foi concluído, Uthman enviou uma cópia a cada uma das cidades principais de Meca, Damasco, Kufa, Basra e Medina.
A
ação de Uthman em queimar as outras cópias além do recenseamento final,
embora obviamente drástica, foi para o bem e harmonia da comunidade inteira e
foi aprovada unanimemente pelos companheiros do profeta.
Zaid ibn Thabit disse: " Eu vi os companheiros de Muhammad dizendo, ' Por
Deus, Uthman fiz bem! Por Deus, Uthman fez bem! " (33)
Um outro companheiro, Musab ibn Sad ibn Abi Waqqas, disse: " Eu vi o povo em grande número na queima promovida por Uthman das cópias prescritas (do Quran), e todos estavam satisfeitos com sua atitude; ninguém falou contra ele ". (34)
Ali
ibn Abu Talib, primo do profeta e seu quarto sucessor, comentou:
" Se eu estivesse no comando no lugar de Uthman, eu teria feito o mesmo
". (35)
Das cópias feitas por Uthman, duas existem até os nossos dias. Uma está na cidade de Tashkent, (Uzbequistão) e a segunda está em Istambul (Turquia).
Uma página da cópia do Alcorão Sagrado do tempo do califa Uthman, mantido em Tashkent. (Surata 27:10; parte da margem esquerda não foi reproduzida). Pegue uma cópia do Alcorão (em árabe) disponível hoje em dia e compare.
Outra página da cópia do Alcorão Sagrado do tempo do califa Uthman, mantida em Tashkent (surata 7: 86-87). Pegue uma cópia do Alcorão (em árabe) disponível hoje e compare.
Abaixo está um breve relato de ambas as cópias:
1.
A cópia que Uthman enviou para Medina foi removida pelas autoridades turcas
para Istambul, de onde veio para Berlim durante a I Guerra Mundial. O Tratado de
Versalhes, que concluiu a I Guerra Mundial, contém a seguinte cláusula:
' Artigo 246:
Dentro de seis meses da entrada em vigor do tratado atual, a Alemanha restaurará
à Sua Majestade, Rei de Hedjaz, o Koran original do Califa Othman, que foi
removido de Medina pelas autoridades turcas, e que foi apresentado ao
ex-Imperador William II ". (36)
'Este manuscrito alcançou então Istambul, mas não Medina (onde reside agora) '. (37)
2. A segunda cópia existente é mantida em Tashkent, Uzbequistão. ' Pode ser o manuscrito Imam (Mestre) ou uma das outras cópias feitas no tempo de Uthman '. (38) Veio para Samarcandia em 890 Hijra (1485) e permaneceu lá até 1868. A seguir foi levada a São Petersburgo pelos russos em 1869. Permaneceu lá até 1917. Um orientalista russo deu uma descrição detalhada dele, dizendo que muitas páginas foram danificadas e algumas estavam faltando. Um fac-símile, com umas 50 cópias, deste mushaf (cópia) foi produzido por S.Pisareff em 1905. Uma cópia foi enviada ao sultão otomano Abdul Hamid, ao Shah do Irã, ao Amir de Bukhara, ao Afeganistão, a Fas e algumas personalidades muçulmanas importantes. Uma cópia está agora na Biblioteca da Universidade de Columbia (EUA). (39)
'O
Manuscrito mais tarde foi retornado a seu lugar anterior e alcançou Tashkent em
1924, onde permaneceu desde então '. (40)
Conclusão:
'Duas das cópias do Qur'an que foram originalmente preparadas no tempo do
Califa Uthman, estão disponíveis para nós hoje e seu texto e arranjo podem
ser comparados, por qualquer um que deseje fazê-lo, com qualquer outra cópia
do Quran, impressa ou escrita à mão, de qualquer lugar ou época. Será visto
que são idênticas '. (41)
Pode-se
agora proclamar, com as evidências fornecidas acima, com total convicção e
certeza que o profeta memorizou o Quran inteiro, teve-o registrado em sua presença
através de seus escribas, muitos de seus companheiros memorizaram a revelação
inteira e possuíam por sua vez suas próprias cópias confidenciais para recitação
e contemplação.
Este processo de preservação dupla do Quran, por escrito e através de
memorização, foi levado adiante em cada geração subseqüente até os nossos
dias, sem nenhuma deleção, interpolação ou corrupção deste Livro Divino.
Sir Williams Muir afirma, " Existe toda a segurança, interna e externa, de
que nós possuímos o texto que o próprio Muhammad passou adiante e usou
". (42)
Sir William Muir continua, " Não existe provavelmente nenhum outro livro no mundo que tenha permanecido doze séculos (agora quatorze) com um texto assim tão puro ". (43)
Esta proteção divina fornecida ao Quran, a Última Orientação Revelada à Humanidade, é proclamada pelo Deus Único no Quran:
’Nós * (Allah) temos, sem dúvida, enviado a Mensagem;
e Nós certamente a protegeremos (de corrupção) '
(Quran
surata 15, versículo 9).
* ( 'Nós' é o plural de majestade, e não o plural cristão da Trindade)
Compare
esta preservação divina e histórica do Quran com toda a literatura, seja ela
religiosa ou secular, e torna-se evidente que nenhuma possui semelhante proteção
milagrosa. E como afirmado anteriormente, uma crença é tão autêntica quanto
a autenticidade de sua Escritura.
E se qualquer Escritura não é preservada, como podemos estar certos de que a
crença baseada nesta escritura é divina ou feita pelo homem, e se não estamos
certos sobre a própria crença, então nossa salvação na Outra Vida será
comprometida.
Portanto a evidência acima da proteção do Quran de toda a corrupção, é uma
forte sugestão sobre sua origem divina. Pedimos a todas as pessoas de coração
aberto, para ler, compreender e viver o Quran, o ‘Manual para a Humanidade '.
Texto:
‘Proof of The Preservation of the Qur’an’, de Sabeel Ahmed. Sabeel Ahmed,
cursa medicina na Ross University, New York. É co-presidente do ‘Da'wa
Committee’ e pertence ao quadro de diretores no ‘Muslim Community Center
Masjid’ (a maior mesquita do estado de Illinois, EUA). Também é membro do
ICNA (Islamic Circle of North America). Foi estudante do sheikh Ahmed Deedat e
seu campo principal de interesse é religião comparada. Traduzido por Maria
Moreira.
Fotos: "ULUM AL-QURAN - An Introduction to the Science of the Qur'an" de Ahmad Von Denffer. Copyright - The Islamic Foundation 1983/1403 H.
Os
textos e as fotos foram retirados do site 'Islam
- The Modern Religion' , que permite a reprodução para fins não-comerciais.
Leia também o artigo 'O Alcorão' e visite a seção de 'Perguntas e Respostas', onde informações a respeito da autenticidade das fontes islâmicas sobre as origens e preservação do Alcorão poderão ser encontradas.